terça-feira, 26 de março de 2013

Concordância Ideológica

É  a concordância que não é feita da forma gramatical das palavras, mas com a ideia ou o sentido que está subentendido nelas. Também é chamada de silepse.
Exemplos:

  • A dinâmica e populosa São Paulo, continua sofrendo com as enchentes Subentende-se que citamos a cidade de São Paulo e não o estado - silepse de gênero
  • Os brasileiros, lamentamos a derrota do esquadrão canarinho Subentende-se nós, brasileiros - silepse de pessoas
E assim quando as idéias concordam entre si, por exemplo não posso falar no "batatas" no meu texto inteiro, e chegar no ultimo parágrafo e falar de " maças"

domingo, 24 de março de 2013

Gramática: Os Encontros Vocálicos



Encontro vocálico é o agrupamento de vogais e semivogais. Há três tipos de encontros vocálicos:

- Hiato= É o agrupamento de duas vogais, cada uma em uma sílaba diferente: Lu-a-na, a-fi-a-do, pi-a-da, ca-os

- Ditongo= É o agrupamento de uma vogal e uma semivogal, em uma mesma sílaba. Quando a vogal estiver antes da semivogal, denomina-se Ditongo Decrescente, e, quando a vogal estiver depois da semivogal, Ditongo Crescente. Denomina-se também oral e nasal, conforme ocorrer a saída do ar pelas narinas ou pela boca.

Cai-xa: Ditongo decrescente oral.
Cin-quen-ta: Ditongo crescente nasal.

- Tritongo= É o agrupamento de uma vogal e duas semivogais. Também pode ser oral ou nasal.

A-guei: Tritongo oral.

Á-guem: Tritongo nasal, com a ocorrência da semivogal m.

Além desse três, há outros encontros vocálicos importantes:

O agrupamento de uma semivogal entre duas vogais. São os grupos aia, eia, oia, uia, aie, eie, oie, uie, aio, eio, oio, uio, uiu em qualquer lugar da palavra - começo, meio ou fim. Eis alguns exemplos de palavras:praia, ideia, joia, imbuia, arreio, arroio, balaio, feio, tuiuiú.

Foneticamente, ocorre duplo ditongo ou tritongo + ditongo, conforme o número de semivogais. Representa-se o som de i com duplo Y: ay-ya, ey-ya, representando o "y-y" um fonema apenas, e não dois como parece. A pronúncia do i é continuada em ambas as sílabas, sem o silêncio que caracteriza a mudança de sílaba. A palavra vaia, então, tem quatro letras (v - a - i - a) e quatro fonemas (/v/  /a/  /y/ /a/), sendo que o "y" pertence às duas sílabas, não havendo, no entanto, silêncio entre as duas no momento de pronunciar a palavra. Foneticamente, há, então, dois ditongos: ay e ya.

Já em sequoia, há um tritongo (woy) e um ditongo (ya).

Na separação silábica, o i ficará na sílaba anterior: prai-a, mei-a, joi-o, mai-o, fei-o, im-bui-a, tui-ui-ú.

O mesmo ocorre com a semivogal W: aua, aue, aui...

Pi-au-í = Representação fonética: Pi-aw-wi. Com o "w" ocorre o mesmo que ocorreu com o "y", ou seja, representa um fonema apenas e pertence a ambas as sílabas, não havendo o silêncio entre elas no momento de pronunciar a palavra.

Ocorrem, também, na Língua Portuguesa, encontros vocálicos que ora são pronunciados como ditongo, ora como hiato. São eles:

Sinérese= São os agrupamentos ae. ao, ea, eo, ia, ie, io, oa, oe, ua, ue, uo:

Ca-e-ta-no ou Cae-ta-no; ge-a-da ou gea-da; Na-tá-li-a ou Na-tá-lia; du-e-lo ou due-lo.

Diérese= São os agrupamentos ai, au, ei, eu, iu, oi, ui.

re-in-te-grar ou rein-te-grar; re-u-nir ou reu-nir; di-u-tur-no ou diu-tur-no.

Obs.: Há palavras que, mesmo contendo esses agrupamentos não sofrem sinérese nem diérese. Há de ter bom senso no momento de se separarem as sílabas. Nas palavras rua, tia, magoa, por exemplo, é claro que só há hiato.

Gramática: Fonética


Introdução à Fonética

A Fonética, ou Fonologia, estuda os sons emitidos pelo ser humano para efetivar a comunicação. Diferentemente da escrita, que conta com as letras - vogais e consoantes -, a Fonética se ocupa dos fonemas (= sons); são eles as vogais, as consoantes e as semivogais.
Letra: Cada um dos sinais gráficos elementares com que se representam os vocábulos na língua escrita.

Fonema: Unidade mínima distintiva no sistema sonoro de uma língua.

Há uma relação entre a letra na língua escrita e o fonema na língua oral, mas não há uma correspondência rigorosa entre eles. Por exemplo, o fonema /s/ pode ser representado pelas seguintes letras ou encontro delas:



- c   (antes de e  e de i): certo, paciência, acenar.
- ç   (antes de a, de o  e de u): caçar, açucena, açougue.
- s:   salsicha, semântica, sobrar.
- ss:  passar, assassinato, essencial.
- sc:  nascer, oscilar, piscina.
- sç:  nasço, desço, cresça.
- xc:  exceção, excesso, excelente.
- xs:  exsudar, exsicar, exsolver.
- x:    máximo.

Os sons da fala resultam quase todos da ação de certos órgãos sobre a corrente de ar vinda dos pulmões. Para a sua produção, três condições são necessárias:

1. A corrente de ar;
2. Um obstáculo para a corrente de ar;
3. Uma caixa de ressonância.

A caixa de ressonância é formada pelos seguintes elementos:

- Faringe;
- Boca (ou cavidade bucal): os lábios, os maxilares, os dentes, as bochechas e a língua;
- Fossas nasais (ou cavidade nasal).

Aparelho Fonador: É formado pelos seguintes elementos:

- Órgãos respiratórios: Pulmões, brônquios e traquéia;

- Laringe (onde estão as pregas vocais - nome atual das "cordas vocais");

- Cavidades supralaríngeas: faringe, boca e fossas nasais.

O ar chega à laringe e encontra as pregas vocais, que podem estar retesadas ou relaxadas.

A pregas vocais, quando retesadas, vibram, produzindo fonemas sonoros.

Pregas vocais, quando relaxadas, não vibram, produzindo fonemas surdos.


Por exemplo, pense apenas no som produzido pela letra s de sapo. Produza esse som por uns cinco segundos, colocando os dedos na garganta. Você observará que as pregas vocais não vibram com a produção do som ssssssssss. O fonema s (e não a letra s de sapo) é, portanto, surdo.
Faça o mesmo, agora, pensando apenas no som produzido pela letra s de casa. Produza esse som por uns cinco segundos, colocando os dedos na garganta. Você observará que as pregas vocais vibram, com a produção do som zzzzzzzzzzzzzz. O fonema z (e não a letra s de casa) é, portanto, sonoro.
Ao sair da laringe, a corrente de ar entra na cavidade faríngea, onde há uma encruzilhada: a cavidade bucal e a nasal. O véu palatino é que obstrui ou não a entrada do ar na cavidade nasal.
Por exemplo, pense apenas no som produzido pela letra m de mão. Produza esse som por uns cinco segundos, colocando os dedos nas narinas sem impedir a saída do ar. Você observará que o ar sai pelas narinas, com a produção do som mmmmmmm. O fonema m (e não a letra m de mão) é, portanto, nasal.
Se, ao produzir o som mmmmmmmm, tapar suas narinas, você observará que as bochechas se encherão de ar. Se, logo após, produzir o som aaaa, observará também que houve a produção dos sons ba. Isso prova que as consoantes m e b são muito parecidas. A diferença ocorre apenas na saída do ar: m, pelas cavidades bucal e nasal (fonema nasal); b somente pela cavidade bucal (fonema oral).
Há também semelhança entre as consoantes p e b: a única diferença entre elas é que b é sonora, e p, surda. Isso explica o porquê de se usar m antes de p e de b.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Conjugando...

Verbo Ter...

Gerúndio: tendo
Particípio passado: tido
INDICATIVO
PresentePretérito perfeitoPretérito imperfeito
eutenhoeutiveeutinha
tutenstutivestetutinhas
ele/elatemele/elateveele/elatinha
nóstemosnóstivemosnóstínhamos
vóstendesvóstivestesvóstínheis
eles/elastêmeles/elastiverameles/elastinham
 
Pret. mais-que-perfeitoFuturo /CONDICIONAL /
Futuro do presenteFuturo do pretérito
eutiveraeutereieuteria
tutiverastuterástuterias
ele/elativeraele/elateráele/elateria
nóstivéramosnósteremosnósteríamos
vóstivéreisvóstereisvósteríeis
eles/elastiverameles/elasterãoeles/elasteriam
 
CONJUNTIVOSUBJUNTIVO (BR)
PresentePretérito imperfeitoFuturo
que eutenhase eutivessequando eutiver
que tutenhasse tutivessesquando tutiveres
que ele/elatenhase ele/elativessequando ele/elativer
que nóstenhamosse nóstivéssemosquando nóstivermos
que vóstenhaisse vóstivésseisquando vóstiverdes
que eles/elastenhamse eles/elastivessemquando eles/elastiverem
 
IMPERATIVO
afirmativonegativoINFINITIVO PESSOAL
para ter eu
tem tunão tenhas tupara teres tu
tenha vocênão tenha vocêpara ter ele/ela
tenhamos nósnão tenhamos nóspara termos nós
tende vósnão tenhais vóspara terdes vós
tenham vocêsnão tenham vocêspara terem eles/elas

sexta-feira, 1 de março de 2013

Literatura: A arte da Palavra

Literatura é a arte de compor escritos artísticos, em prosa ou em verso, de acordo com princípios teóricos e práticos, o exercício dessa arte ou da eloquência e poesia.


Literatura significa letras, um conjunto de habilidades de ler e escrever de forma correta, e é um termo oriundo do latim "litteris”. Existem diversas definições e tipos de literatura, pode ser uma arte, uma profissão, um conjunto de produções, e etc.

Literatura é a arte de criar e compor textos, e existem diversos tipos de produções literárias, como poesia, prosa, literatura de ficção, literatura de romance, literatura médica, literatura técnica, literatura portuguesa, literatura popular, literatura de cordel e etc. A literatura também pode ser um conjunto de textos escritos, sejam eles de um país, de uma personalidade, de uma época, e etc.

Literatura também é uma disciplina de colégio, onde os indivíduos estudam diversos autores e suas obras, suas contribuições para a literatura brasileira, normalmente, e temas como a lieratura portuguesa e a literatura barroca também estão presentes, além do colégio, em provas de vestibular.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Mesóclise


Mesóclise

Emprega-se a mesóclise quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo, desde que não se justifique a próclise. O pronome fica intercalado ao verbo.

Exemplos:

Falar-lhe-ei a teu respeito. (Falarei + lhe)
Procurar-me-iam caso precisassem de ajuda. (Procurariam + me)
Observações:

a) Havendo um dos casos que justifique a próclise, desfaz-se a mesóclise.

Por Exemplo:

Tudo lhe emprestarei, pois confio em seus cuidados. (O pronome "tudo" exige o uso de próclise.)
b) Com esses tempos verbais (futuro do presente e futuro do pretérito) jamais ocorre a ênclise.

c) A mesóclise é colocação exclusiva da língua culta e da modalidade literária.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Figuras de Sintaxe.


Figuras de sintaxe:

As figuras de sintaxe ou de construção dizem respeito a desvios em relação à concordância entre os termos da oração, sua ordem, possíveis repetições ou omissões.

Elas podem ser construídas por:

a) omissão: assíndeto, elipse e zeugma;
b) repetição: anáfora, pleonasmo e polissíndeto;
c) inversão: anástrofe, hipérbato, sínquise e hipálage;
d) ruptura: anacoluto;
e) concordância ideológica: silepse.

Portanto, são figuras de construção ou sintaxe:
Assíndeto:
Ocorre assíndeto quando orações ou palavras deveriam vir ligadas por conjunções coordenativas, aparecem justapostas ou separadas por vírgulas.
Exigem do leitor atenção maior no exame de cada fato, por exigência das pausas rítmicas (vírgulas).
Exemplo: "Não nos movemos, as mãos é que se estenderam pouco a pouco, todas quatro, pegando-se, apertando-se, fundindo-se." (Machado de Assis).
Elipse:
Ocorre elipse quando omitimos um termo ou oração que facilmente podemos identificar ou subentender no contexto. Pode ocorrer na supressão de pronomes, conjunções, preposições ou verbos. É um poderoso recurso de concisão e dinamismo.
Exemplo: "Veio sem pinturas, em vestido leve, sandálias coloridas." (elipse do pronome ela (Ela veio) e da preposição de (de sandálias...).
Zeugma:
Ocorre zeugma quando um termo já expresso na frase é suprimido, ficando subentendida sua repetição.
Exemplo: "Foi saqueada a vida, e assassinados os partidários dos Felipes." (Zeugma do verbo: "e foram assassinados...") (Camilo Castelo Branco).
Anáfora:
Ocorre anáfora quando há repetição intencional de palavras no início de um período, frase ou verso.
Exemplo: "Depois o areal extenso... / Depois o oceano de pó... / Depois no horizonte imenso / Desertos... desertos só..." (Castro Alves).
Pleonasmo:
Ocorre pleonasmo quando há repetição da mesma idéia, isto é, redundância de significado.
a) Pleonasmo literário:
É o uso de palavras redundantes para reforçar uma idéia, tanto do ponto de vista semântico quanto do ponto de vista sintático. Usado como um recurso estilístico, enriquece a expressão, dando ênfase à mensagem.
Exemplo: "Iam vinte anos desde aquele dia / Quando com os olhos eu quis ver de perto / Quando em visão com os da saudade via." (Alberto de Oliveira).
"Morrerás morte vil na mão de um forte." (Gonçalves Dias)
"Ó mar salgado, quando do teu sal / São lágrimas de Portugal" (Fernando Pessoa).
b) Pleonasmo vicioso:
É o desdobramento de idéias que já estavam implícitas em palavras anteriormente expressas. Pleonasmos viciosos devem ser evitados, pois não têm valor de reforço de uma idéia, sendo apenas fruto do descobrimento do sentido real das palavras.
Exemplos: subir para cima / entrar para dentro / repetir de novo / ouvir com os ouvidos / hemorragia de sangue / monopólio exclusivo / breve alocução / principal protagonista.
Polissíndeto:
Ocorre polissíndeto quando há repetição enfática de uma conjunção coordenativa mais vezes do que exige a norma gramatical (geralmente a conjunção e). É um recurso que sugere movimentos ininterruptos ou vertiginosos.
Exemplo: "Vão chegando as burguesinhas pobres, / e as criadas das burguesinhas ricas / e as mulheres do povo, e as lavadeiras da redondeza." (Manuel Bandeira).
Anástrofe:
Ocorre anástrofe quando há uma simples inversão de palavras vizinhas (determinante/determinado).
Exemplo: "Tão leve estou (estou tão leve) que nem sombra tenho." (Mário Quintana).
Hipérbato:
Ocorre hipérbato quando há uma inversão completa de membros da frase.
Exemplo: "Passeiam à tarde, as belas na Avenida. " (As belas passeiam na Avenida à tarde.) (Carlos Drummond de Andrade).
Sínquise:
Ocorre sínquise quando há uma inversão violenta de distantes partes da frase. É um hipérbato exagerado.
Exemplo: "A grita se alevanta ao Céu, da gente. " (A grita da gente se alevanta ao Céu ) (Camões).
Hipálage:
Ocorre hipálage quando há inversão da posição do adjetivo: uma qualidade que pertence a um objeto é atribuída a outro, na mesma frase.
Exemplo: "... as lojas loquazes dos barbeiros." (as lojas dos barbeiros loquazes.) (Eça de Queiros).
Anacoluto:
Ocorre anacoluto quando há interrupção do plano sintático com que se inicia a frase, alterando-lhe a seqüência lógica. A construção do período deixa um ou mais termos - que não apresentam função sintática definida - desprendidos dos demais, geralmente depois de uma pausa sensível.
Exemplo: "Essas empregadas de hoje, não se pode confiar nelas." (Alcântara Machado).
Silepse:
Ocorre silepse quando a concordância não é feita com as palavras, mas com a idéia a elas associada.
a) Silepse de gênero:
Ocorre quando há discordância entre os gêneros gramaticais (feminino ou masculino).
Exemplo: "Quando a gente é novo, gosta de fazer bonito." (Guimarães Rosa).
b) Silepse de número:
Ocorre quando há discordância envolvendo o número gramatical (singular ou plural).
Exemplo: Corria gente de todos lados, e gritavam." (Mário Barreto).
c) Silepse de pessoa:
Ocorre quando há discordância entre o sujeito expresso e a pessoa verbal: o sujeito que fala ou escreve se inclui no sujeito enunciado.
Exemplo: "Na noite seguinte estávamos reunidas algumas pessoas." (Machado de Assis).